terça-feira, 31 de março de 2015
ENTREGA DA MEDALHA DO MÉRITO JUDICIÁRIO
ENTREGA DA MEDALHA DO MÉRITO
JUDICIÁRIO
O egrégio Tribunal de Justiça do
Estado do Ceará, instalado nesta Capital, na radiante manhã do dia três de
fevereiro do já longínquo ano de mil oitocentos e setenta e quatro, sob a
Presidência do Desembargador Bernardo Machado da Costa Dória, prestes a
implementar cento e vinte e cinco anos de feliz e profícua existência, recebe hoje
nesta tarde igualmente memorável, precisamente no salão nobre onde funciona o
seu Plenário, que, com muita propriedade, leva o nome do seu Primeiro
Presidente, as mais elevadas autoridades do Estado, além de uma distinta e
seleta assistência, com a finalidade de homenagear quatro figuras aqui
radicadas, que se notabilizaram ao longo de suas respectivas vidas, emprestando
o brilho da inteligência quer na juventude, quanto na maturidade, o que
continuam a fazer ainda agora, sempre voltadas para o engrandecimento e o
realce da terra e da gente cearense.
Preclaro e distinto Presidente,
Desembargador Fernando Luiz Ximenes Rocha, a mudança introduzida por sugestão
de Vossa Excelência, nos requisitos pertinentes à recepção da honraria mais
importante deste Centenar Sodalício, não se cingindo exclusivamente à atividade
judiciária, foi sem sombra de dúvidas benfazeja e salutar, pois a verdadeira
Justiça não é realizada tão-só pelos Operadores do Direito, mas também pela
Sociedade na sua inteireza, haja vista os direitos e garantias estabelecidos na
Constituição da República aos Cidadãos e Cidadãs deste Continental País, de
qualquer natureza, independentemente até de sua nacionalidade, daí se podendo
aquilatar a amplitude do seu gesto, levando o reconhecimento deste Poder às
mais diversas categorias do Estado do Ceará e quiçá do País.
Com efeito, as quatro personalidades
escolhidas, a saber: Professor Paulo Bonavides, D. Benedito Francisco de
Albuquerque, Dr. Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho e o Dr. Mário
Parente Teófilo, são inquestionavelmente notórias, tamanhas as suas
realizações.
No século XIX, o Ceará cedeu à então
Província da Paraíba do Norte, o Padre Doutor José Antônio Pereira Ibiapina,
Advogado e Magistrado, integrante da Primeira Turma de Olinda (1832), conhecido
pela antonomásia que lhe emprestou Celso Mariz, de “Apóstolo do Nordeste”
(sobralense, filho de Francisco Pereira Ibiapina, um dos heróis da Confederação
do Equador), arcabuzado na Praça dos Mártires, hoje Passeio Público.
Já na centúria seguinte, quanto na
atual, a Paraíba nos doou o Mestre de todos nós, o preclaro e conspícuo
Professor Paulo Bonavides, indiscutivelmente um dos mais notáveis juristas do
Brasil, e sem exagero, publicista de conceito internacional, cujo nome é uma
legenda, prescindindo, pois, de indagações outras, por motivos óbvios.
Da antiga Palma, de há muito Coreaú,
nos veio o venerando Pastor Dom Benedito Francisco de Albuquerque, Professor e
ex-Diretor da Escola de Administração do Ceará, cujo apostolado permanece vivo
na Diocese de Itapipoca, graças à sabedoria e à inspiração diuturna do Espírito
Santo na Condução de suas ações, tendo sempre presente os ensinamentos de
Cristo, isto é, “a opção preferencial pelos mais necessitados”, daí o prestígio de que desfruta no seu
primeiro e único episcopado, na sede do qual continua residindo como prelado
resignatário, auxiliando o Bispo atual, sempre com humildade e imbuído dos
melhores propósitos em favor daqueles a quem serviu abnegadamente.
O Dr. Carlos Roberto Martins
Rodrigues Sobrinho, sem embargo de ter abraçado com amor e acendrado respeito a
profissão de Hipócrates, qual a de curar e não raras vezes salvar os seus
semelhantes, donde a sublimidade de sua escolha, traz também desde o berço
idêntica admiração e não menor respeito à Justiça, porquanto é neto do
inolvidável José Martins Rodrigues, destemido parlamentar respeitado e admirado
pela juventude brasileira, nos anos negros da repressão, sem falar que foi
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e
Ministro da Justiça, trazendo no seu nome ,
o do Mestre Carlos Roberto Martins Rodrigues, sendo ambos sobrinhos do não
menos notável Professor Álvaro Costa, pai do Ministro Álvaro Augusto Ribeiro da
Costa, de quem tive a honra de figurar na sua Chapa, como candidato a
Vice-Presidente do Centro Acadêmico Clóvis Beviláqua da festejada Faculdade de
Direito da Universidade Federal do Ceará - UFC, obra imorredoura do insigne Comendador Antônio Pinto Nogueira Accioli, figura deveras significativa em
todos os quadrantes da política do nosso
Ceará, quer no Império, quanto na República.
Por derradeiro, Senhoras e Senhores
que compõem a Mesa, distinta Assistência, ilustres familiares dos homenageados –
cumpre-me agora falar do insigne Dr. Mário Parente Teófilo, Magistrado de
escol, Professor de Direito da UNIFOR, com diversas obras publicadas,
respeitado pelos colegas e pela Comunidade, graças à sua lhaneza no trato com
os advogados e com as partes, sem falar na retidão e esmero com que distribui a
Justiça, dando verdadeiramente a quem merece o que é seu, nascendo destas
qualidades a razão de ser da Comenda que recebe ainda moço, deste quase vetusto
Tribunal de Justiça do Ceará.
Senhor Presidente, Senhoras e
Senhores Desembargadores, Autoridades Presentes, Operadores do Direito,
Familiares dos agraciados, Servidores, Minhas Senhoras e Meus Senhores: -
acredito que não os cansei, fui breve como a ocasião está a determinar, razão
por que hei por bem concluir esta alocução, lembrando que o Desembargador
Fernando Luiz Ximenes Rocha, Presidente do Colendo Tribunal de Justiça do
Estado do Ceará, fez distribuir o Curriculum
Vitae de todos os homenageados, justamente para demonstrar a quem almejar,
resumidamente, a obra de cada um, justificando, assim, o motivo pelo qual se fizeram
merecedores do galardão que passarão a ostentar agora e na posteridade.
DISSE.
domingo, 1 de março de 2015
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